segunda-feira, 19 de abril de 2010

Vidro que vem da boca


13 anos

E a descoberta do vidro

Baba saliva viço

De dentro

Da garganta furando a glote

Retalhando o grito

Fabricado onde?

Nas fábricas do intestino

Nas raízes da haste

que correm o corpo

com seus labirintos

Fabricado onde?

Matéria-prima da fome

Da primeira fome

Da insaciada gana

Temperada no enxofre

Do sangue que insiste

Embebida em palavras-cacos

O vidro do instinto

Que chamamos verbo

Cristalino e fino

quando verso

perfurante sempre

arma inversa

e sem trégua

fatiando

o que nos resta.

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei o poema!!!
julia