sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Metamorfoses do filho

As metamorfoses que nos definem se dão secretamente. Nosso olhar captura apenas a superfície das coisas, superfície escorregadia que teima em se impor. Aqui ou ali, porém, um olhar diferente, capaz de atravessar essa camada ilusória nos revela plenamente algo que já sabíamos. Meu filho já é outro, com um ano e quatro meses, ele não é mais aquele bebê que as fotos do álbum me recordavam. Com cara de menino, olho de gente grande e as primeiras palavras que não poderei guardar. O Francisco nos espia e descobre muitas coisas todo dia. Será que também sente as nossas transformações? Agora mais apegado à mãe, carente dela. Sou só acessório. Cão fiel preso ao pé de seu berço à noite.

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