terça-feira, 18 de agosto de 2009

Chuva e vida


Tarde sem espaços para respirar. De um lado o trabalho, do outro a energia do filho. Lá fora a chuva que, indiferente à vida, insiste em cobrir tudo. Uma névoa pesada sobre prédios e sobre minha vontade de fazer as coisas. Francisco, porém, não sabe de nada, nem da chuva nem das lembranças que ainda não tem. Eu e ele, sozinhos, remoemos nosso pequeno mundo. Num gesto com a mão para cima e o olhar voltado para o janelão de vidro de nossa sala, com a língua que é só sua, ele me diz que o seu mundo é muito maior e surpreendente que o meu. Eu que deixo a gravidade do vivido atrapalhar os vôos da vida. Poderei, um dia, aprender com ele?

Um comentário:

Julia disse...

já estamos aprendendo...